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08-07-2009 MEDICINA PSICOSSOMÁTICA OU HOLÍSTICA
No critério ontológico, isto é, meditando sobre a totalidade psicofísica do ser humano, suas relações com o mundo externo e sua intimidade. São os quadros clínicos cuja exteriorização embora com frequência de aparência meramente somática, muitas vezes está condicionada por perturbações emocionais e fracassos na adaptação do ego ao complexo pela fusão do soma com um psiquismo que tem um aspecto anímico ou alma inferior, que inclui o temperamento com seus impulsos, afetos e sentimentos.
No espiritual onde estão a razão e a vontade determinantes do ego pessoal e do caráter de cada homem. O equilíbrio desses parâmetros é que determina a harmonia ou saúde psicossomática ou de seu desequilíbrio. A doença psicossomática aborda de preferência as doenças mais peculiares do homem, que não ocorrem entre os animais e cujo estudo meramente científico materialista não permite abrangê-las em sua totalidade.
A medicina holística ou antropológica considera a doença, a partir do ângulo da totalidade do homem como pessoa enferma, procurando analisar nela a influência dos fatores emocionais, da razão e da vontade, o ego pessoal em sua patogênia. As principais causas são: uma civilização urbana cheia de frustações, pressa, angústias, responsabilidade excessiva, sono reduzido, medo, tensão, distúrbios familiares, medo de perda do emprego, dívidas, salário reduzido, inflação, ocasião de exames ou concursos, crises amorosas, fracassos econômicos, desejos frustados, exigências morais ou éticas etc...
Principais efeitos: hipertensão arterial essencial, asma, hiper-tiroidismo, úlceras gastroduodenais, cólon irritável, colites ulcerosas, taquicardias paroxísticas, arritmias extra sistólicas, emagrecimento, obesidade, glaucoma, distúrbios de pele, psoríases, eczemas, ictioses, perda de cabelos, envelhecimento precoce, ansiedade, depressão, pânico, perda da memória e capacidade de concentração, alterações do sono, prisão de ventre, gases, boca amarga, enxaquecas, anorexias, opressões toráxicas, vertigens e tonturas, hipotensão, hiperventilação ansiosa, hiperexcitabilidade, sensação de vazio epigástrico, diarréias, suor frio nas mãos ou corpo, excesso de fome, artromialgias, dismenorréias, ejaculação precoce, impotência, frigidez, neurodermites, faringites secas com tosse repetitiva, fadiga extrema etc...
Perguntas chaves ao paciente: Qual considera o principal motivo de sua doença? Em que ocasião sofreu seus primeiros distúrbios? Que faria se estivesse bem? Para que e para quem vive? Você é feliz com sua família? Gosta de seu marido ou mulher? Gosta de seu emprego e ambiente de trabalho? Costuma ver a vida pelo lado otimista ou pessimista? Você está disposto a mudar sua forma de encarar o dia a dia? Se eu lhe disser que posso ajudá-lo, você vai se esforçar para mudar?
Terapêutica
Há mais de 3000 anos, Asclepíade, da Tessália, afirmou como base fundamental da terapêutica que o médico deveria empregar em sua missão curativa: primeiro a palavra, em seguida as drogas e, finalmente, o bisturi.
A cura pela palavra
A palavra é obra. A obra mais íntima, a mais criadora e divina das obras, quando a palavra é palavra de verdade (Enamuno). A palavra é a expressão da alma a qual nos faz demonstrar a realidade de nosso eu...(Luciano). Cada paciente deve ser presenteado com bastante de seu tempo: sente-se, ouça-o atentamente, pergunte-lhe sobre todas as questões, examine-o atentamente, volte e repita tudo de novo. A doença muitas vezes conta seus segredos num parêntese casual...
Através da palavra mobilizamos um dos grandes poderes do ser humano,a sugestão... Temos a auto-sugestão e a heterosugestão, ou seja, no dia a dia somos submetidos a ela por nós mesmos ou pelos outros. Temos o grande poder de transformarmos um dia chuvoso, cinza, num dia maravilhoso de acordo com a nossa vontade. Tudo depende do referencial que queremos ver... Associado à sugestão temos outro grande poder a imaginação...
Somos o que imaginamos ser: grandes ou pequenos exuberantes ou medíocres; temos o poder de criar e destruir nossas vidas e a dos outros com a nossa forma de pensar. Com essas tremendas forças podemos ajudar o paciente a produzir milagres na sua vida com o uso da sugestão e imaginação. A repetição de frases positivas pode produzir mudanças graduais na forma de viver de uma pessoa, como a forma de como ela é repetitivamente chamada (seu nome) ou algum tipo de apelido negativo (burro, besta, idiota, paspalho etc..), ou positivo (maravilhoso, chefe, esperto, etc..).
Esta é a ação do poder da palavra homeopaticamente dosada e aplicada no decurso da vida. Podemos com a imaginação sonhar que somos melhores e evoluírmos cada vez mais, podemos acreditar na bondade do ser humano e criarmos condições harmônicas ao nosso redor que chegam a ser sensoriais pelas outras pessoas que se aproximam de nós e se contagiam com uma espécie de magia harmônica e se sentem bem e mais felizes.
Através do poder da palavra podemos cumprimentar, mostrar interesse, estimular, dar confiança, esperança e fé àqueles que se sentem perdidos na escuridão da vida, sendo um verdadeiro sol que dissolve as trevas do medo, da insegurança, do insucesso e da falta de fé. Até aqui vemos que darmos algo de nós mesmos é talvez mais de 70% do tratamento. E o resto? Temos um pouco de tudo o que sobrou dado com bom senso, conhecimento e prática.
Um grande segredo que nunca esqueço é o pensar simples, antes de buscar hipóteses esdrúxulas. É procurar dar fé e confiança no diagnóstico e terapêutica a ser instituída. A homeopatia, a acupuntura, as plantas, as vitaminas, a organoterapia, a magnetoterapia, o laser, a mesoterapia, fazem parte do resto do arsenal que com o devido conhecimento de cada técnica vão proporcionar os outros 30% positivos do tratamento. A somática muitas vezes está condicionada às perturbações emocionais e fracassos, na adaptação do ego ao mundo.
Dr. Luciano Stancka e Silva, Médico